segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PESQUISA DESVENDA O PASSADO DOS CONTOS DE FADAS

Era uma vez…

Pesquisa desvenda o passado dos contos de fadas

Notícias - 13-02-2014 Literatura Imprimir Pdf
Chapeuzinho vermelho, Bela adormecida, O gato de botas, O patinho feio… Com certeza você já ouviu essas histórias! Elas são conhecidas como contos de fadas e habitam o imaginário de todos que são, ou já foram, crianças. Mas de onde vieram esses contos? O antropólogo Jamie Tehrani, da Universidade de Durham, no Reino Unido, fez a mesma pergunta. E resolveu ir atrás da resposta…
Jamie construiu uma espécie de árvore genealógica – como as que usamos para registrar nossos familiares e antepassados. Em vez de colocar pessoas, registrou contos de fadas, dando atenção especial à Chapeuzinho vermelho.
Os pesquisadores escolheram a (i)Chapeuzinho Vermelho(/i) por ser uma das histórias mais populares de todos os tempos. O lobo está presente em dezenas de histórias como o vilão principal. (imagem: Wikimedia Commons)
Os pesquisadores escolheram a Chapeuzinho Vermelho por ser uma das histórias mais populares de todos os tempos. O lobo está presente em dezenas de histórias como o vilão principal. (imagem: Wikimedia Commons)
Ele foi voltando no tempo e vendo que todas as variantes das histórias contadas eram baseadas umas nas outras. Há 200 anos, os irmãos Grimm publicaram Chapeuzinho Vermelho, mas sua versão tem como base uma história anterior, do século 17, que por sua vez surgiu a partir das histórias contadas em antigas tradições orais europeias.
Ao comparar as versões de Chapeuzinho, Jamie levava em consideração características como quem era o protagonista, quem era o vilão e como ele enganava suas vítimas, como era o desfecho da história, e por aí vai.
(i)O Lobo e os sete cabritinhos(/i) pode ter sido uma das histórias que deu origem à (i)Chapeuzinho Vermelho(/i). (imagem: Wikimedia Commons)
O Lobo e os sete cabritinhos pode ter sido uma das histórias que deu origem à Chapeuzinho Vermelho. (imagem: Wikimedia Commons)
Além de concluir que a história da menina de capuz vermelho provavelmente surgiu na Europa, o pesquisador viu que a narrativa teve origem em outro conto famoso por lá, O lobo e os sete cabritinhos. Nessa história, um lobo finge ser a mãe de simpáticos filhotes de cabrito para poder comê-los.
O pesquisador chegou à conclusão de que esse conto e o da Chapeuzinho têm um “ancestral em comum”. Segundo o antropólogo, a relação entre os contos é parecida com a dos humanos com a dos macacos: apesar de compartilharem antepassados, hoje em dia são espécies – opa! histórias – completamente diferentes. A história dos cabritinhos é mais antiga e pode ter dado origem ao conto da menina que leva doces para a vovozinha.
Os contos de fadas, transmitidos oralmente ao longo dos séculos, sofrem algumas variações quando se espalham por diferentes culturas. Em cada lugar do mundo, essas variações têm suas peculiaridades. Na Ásia, por exemplo, a história da Chapeuzinho chegou durante a época da rota da seda, por volta do século 6 antes da nossa era. Foi quando os europeus passaram a interagir mais com os asiáticos – e não é que apareceu por lá uma história chamada A avó tigre?
Ela é muito parecida com a da Chapeuzinho. Só que, no lugar de um lobo, quem devora a menina é um tigre. Afinal, esse grande felino é um animal mais presente no imaginário coletivo oriental do que o lobo.
Para você pensar
O costume de contar histórias é muito antigo e mantém vivas as tradições das comunidades. “A história oral possibilita o registro de narrativas de experiências humanas; e o que seria do homem sem sua memória?”, reflete a historiadora Sonia Maria de Freitas, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Antigamente, era comum crianças sentarem-se em volta de adultos para ouvi-los contar as histórias que eles guardavam em sua memória. Assim, as lembranças eram passadas de geração em geração. Hoje, com fácil acesso às tecnologias, é a internet que vem fazendo o papel de “memória coletiva”, armazenando milhares de dados e histórias.
Gabriel Toscano, estagiário do Instituto Ciência Hoje
Gosto de ouvir música, ver filmes, ler livros, viajar e conhecer pessoas diferentes. Estou sempre procurando aprender coisas novas!

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