A LEITURA QUE LIBERTA
Quando descobrimos a delícia de
ler, nosso aprendizado na vida adquire proporções ilimitadas. Mas isso
não é tudo. A palavra escrita também é um instrumento revolucionário.
Ela desperta as consciências, revoluciona o espírito
humano, derruba governos corruptos e provoca grandes transformações
sociais. O escritor argentino Jorge Luis Borges escreveu:
“Dos
instrumentos do homem, o livro é, sem dúvida, o mais assombroso. Os
demais são extensões do corpo. O microscópio, o telescópio, são
extensões da sua vista; o telefone é extensão da sua voz; depois temos o
arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o
livro é extensão da memória e da imaginação.”
É claro que o
ato de ler tem seus perigos. Há livros que nos libertam da ignorância,
mas há leituras que são inúteis ou até prejudiciais. O bom gosto e o
critério correto são armas indispensáveis na hora de escolher textos. E,
feita a escolha, há maneiras certas e erradas de ler a obra preferida.
Para Jorge Luis Borges, “colocar um livro nas mãos de um ignorante é
tão perigoso como pôr uma espada nas mãos de uma criança.” Segundo ele, a
função do livro “não é revelar-nos as coisas, mas, simplesmente,
ajudar-nos a descobri-las”. [1] Assim, não devemos acreditar
supersticiosamente em tudo que lemos. A palavra escrita é apenas um
instrumento decisivo para que encontremos a verdade por nós mesmos.
NOTA:
[1] “Borges, Oral”, Jorge Luis Borges, Emecé Editores, Buenos Aires, 1979, 105 pp. Veja, respectivamente, as pp. 13 e 16.
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