Chama-se de
Trovadorismo o primeiro período da literatura portuguesa onde é estudada a
produção literária da Idade Média entre os anos de 1189 (ou 1198) e
1385, isto é, século XII ao século XIV. A primeira data (1189) seria a da mais
antiga composição lírica galego-portuguesa
denominada "Cantiga da Ribeirinha", de Paio Soares de Taveirós. A segunda data
1198 marca o final da primeira dinastia reinante em Portugal: a dos Borgonha. Nessa época, Portugal
começava a firmar-se como reino independente, embora mantivesse laços
econômicos, sociais e culturais com o restante da Península Ibérica. Desses
laços, surgiu, próximo a Galícia (região
ao norte do rio Douro), uma língua particular, de traços próprios, chamada galego-português e a produção literária
dessa época foi feita nesta variedade linguística. Essa língua deu origem à
língua portuguesa.
PANORAMA HISTÓRICO:
O Trovadorismo corresponde a uma das fases
mais turbulentas da história de Portugal. Em 1139, D. Afonso Henriques proclamou-se rei e iniciou a luta contra Leão e Castela, pela independência do Condado Portucalense. O novo reino foi
reconhecido em 1143, pelo tratado de Zamora. Mas isso não trouxe ainda a paz ao
pequeno país que nascia, pois faltava conquistar as terras do sul, dominadas
pelos árabes desde o século VIII. A guerra contra os mouros prolongou-se até
meados do século XV e faz perdurar, na nobreza, o espírito guerreiro e aventureiro
das Cruzadas. É daí o gosto tardio pelas novelas de cavalaria em Portugal. A
cultura trovadoresca refletia bem o panorama histórico desse período: as
Cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder espiritual do clero.
SISTEMA
ECONÔMICO E POLÍTICO: O sistema, chamado feudalismo, consistia numa hierarquia rígida entre senhores: um
deles o suserano ou senhor feudal,
fazia a concessão de uma porção de terra, chamada de feudo a outro indivíduo, o vassalo
ou servo. O suserano, no regime feudal, prometia proteção ao vassalo como
recompensa por certos serviços prestados. Essa relação de dependência entre
suserano e vassalo era denominada de vassalagem.
Havia ainda outra classe social: o clero.
Nessa época, o poder da Igreja era bastante forte, porque ele possuía grandes
extensões de terra, além de dedicar-se à política.
RELIGIOSIDADE: A
religiosidade foi um aspecto marcante da cultura medieval portuguesa e os conventos difundiam essa cultura. Eram
neles que se escolhiam os textos filosóficos a serem divulgados, em função da
moral cristã. A vida do povo lusitano estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma,
Nessa época eram frequentes as procissões, as romarias, além das próprias Cruzadas
- expedições realizadas durante a Idade Média, que tinham por objetivo a
libertação dos lugares santos, situados na Palestina e venerado pelos cristãos.
Essa época foi caracterizada por uma visão teocêntrica
(Deus como centro do Universo). O espírito religioso medieval refletiu-se nas
novelas de Cavalaria como na poesia de temática religiosa (Cantiga de Santa Maria, de D. Afonso X), nas hagiografias (biografia de santo) e nas obras de devoção.
ARQUITETURA: Na
arquitetura, o estilo gótico predominava
na construção de enormes e imponentes catedrais, projetadas para o alto, à
semelhança de mãos em prece tentando tocar o céu.
ARTES: A pintura e a escultura procuravam retratar cenas da vida de santos ou episódios
bíblicos.
LITERATURA:
Desenvolveu-se em Portugal um movimento poético chamado Trovadorismo. Os
poemas produzidos eram feitos para serem cantados por poetas e músicos (trovadores, menestréis, jograis e segreis). Recebiam o nome de cantigas, porque eram acompanhadas por
instrumentos de corda e de sopro. Mais tarde, essas cantigas foram reunidas em Cancioneiros: o da Ajuda, o da Biblioteca
Nacional e o da Vaticana.
·
trovador: poeta que
compunha a letra e a música de canções; em geral era uma pessoa culta, quase
sempre nobres, contando entre alguns
reis , como D Sancho I, D. Afonso X , D. Dinis.
·
jogral: cantor de
origem plebeia.
·
menestrel: músico-poeta
que vivia na casa de um fidalgo, enquanto o jogral andava de terra em terra.
·
segrel: trovador profissional,
fidalgo desqualificado que ia de corte em corte, acompanhado de um jogral.
· Língua: galego-portuguesa.
· Tradição oral e coletiva.
· Poesia de tradição oral, cantada e acompanhada por instrumentos musicais, colecionadas posteriormente em cancioneiros.
· Autores: trovadores.
· Intérpretes: jograis, segreis e menestréis.
· Gênero: lírico (cantigas de amigo, cantigas de amor) e satírico (cantigas de escárnio, cantigas de maldizer).
· Acompanhadas por dança.
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